Freguesia Queimadela
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QUEIMADELA - História e labor da sua gente


Texto de J. Gonçalves Monteiro

BREVE APRESENTAÇÃO

Todas as localidades guardam a sua história mais ou menos rica, a sua antiguidade comprovada na memória dos arquivos e, muitas delas, nos vestígios seguros da sua arqueologia. Da pré-história, da proto-história, ou da fixação das primeiras comunidades humanas, passando pela Idade Média. A história dos tempos modernos e da época pós-moderna que é a dos dias que estamos a viver permite-nos abordar a afirmação desta localidade e os estádios do seu desenvolvimento ou da sua estagnação.
Queimadela - sem os exageros com que muitas vezes caracterizamos a antiguidade de muitas aldeias portuguesas - pertence ao número daquelas que não podem ser estudadas, nem apresentadas com a superficialidade de afirmações mal fundamentadas ou infundamentadas. Porque disso não carece. As suas origens são remotas, contudo afirmam-se com maior nitidez ou visibilidade a partir da Alta Idade Média. Dentro dos limites obrigatoriamente sucintos e sintéticos desta despretensiosa apresentação, como nos foi pedido, e para os efeitos a que se destina, abordaremos o que nos parece essencial.


POSIÇÃO GEOGRÁFICA

Queimadela é uma das dezanove (14) freguesias do município de Armamar, situada a poente, e fazendo fronteira com o município de Lamego e, a sul e sudeste, com o município de Tarouca, inseparável do percurso histórico comum destes dois concelhos.


ÁREA E POPULAÇÃO

A freguesia tem cerca de 3,3 Km2 de superfície, dos 116,8 Km2 da área total do município armamarense. As fontes disponíveis acerca desta matéria são fluidas ou pouco claras, portanto não coincidentes, pelo que o advertimos, deixando aqui expressos os valores oficialmente adoptados pela Autarquia com base nos indicadores do ex-GAT (Lamego). Assim, o INE-DRN apresentou em Janeiro de 1995 outros indicadores, atribuindo a Armamar (concelho) a área de 112,24 Km2 e 2,27 Km2 a Queimadela. Já os indicadores do último Censo (de 2001) apontam 117,1 Km2 de área total do município.
A população da freguesia ronda os trezentos habitantes.
O "Cadastro da População de 1527" dava à "aldeia" de Queimadela 34 fogos, o equivalente a uma média de 150 habitantes, o que não deixa de ser notável no primeiro terço do século XVI., deixando antever uma população dedicada ao cultivo intensivo da terra já em grande parte arroteada nessa altura.


HISTÓRIA

Uma das mais antigas referências documentais à localidade reporta-se aos inícios da segunda metade do século doze (reinado de D. Afonso Henriques), ou seja, aos primórdios da Nacionalidade, e que situava Queimadela "sob o Monte Raso, no território lamecense e por onde escorriam as águas em direcção ao Barosa" (sic). Isto é, uma localidade sobranceira ao rio Varosa.
As Inquirições de D. Afonso III e as Inquirições de D. Dinis fazem alusão à honra de Queimadela (terra honrada) que terá pertencido ao famoso Aio do nosso primeiro rei, tendo passado para um dos seus filhos. Também a viúva de Egas Moniz, a célebre e piedosa dama Teresa Afonso herdou aqui bens de seu marido, deixando-os em testamento ao primitivo mosteiro de Santa Maria de Salzedas de que fora fundadora e devota, e à própria diocese (Sé) de Lamego.
As mesmas Inquirições confirmam que Queimadela pertencia à freguesia e paróquia vizinha de Figueira, ambas as localidades na "terra" lamecense e ainda, quer uma quer outra, na parte cível, sujeitas às justiças (juiz) de Lamego a que pertencia o "julgado" de Figueira.
Extinto o julgado (segunda metade do século catorze) Queimadela (e Figueira) passou a integrar o termo da cidade de Lamego.
Nos inícios do século dezasseis o lugar de Queimadela ainda era lugar da freguesia e paróquia de S. João de Figueira, e só acabaria por alcançar a sua independência paroquial no século dezoito mas, mesmo assim, a apresentação (nomeação) anual do cura (pároco) de Queimadela pertencia ao abade da igreja de Figueira. Isto é, Queimadela passou a curato da abadia de Figueira.
A igreja de Queimadela havia de ser edificada por volta de 1748, altura em que se erigiu em paróquia própria. (M. Gonçalves da Costa refere 1746 e A. de Almeida Fernandes, 1748, fundamentando-se nas "Memórias Paroquiais" de 1758).
Antes da igreja, Queimadela dispunha, pelo menos, de um local de culto: a ermida de S. Lourenço.


RECURSOS NATURAIS

A economia desta laboriosa freguesia tem ainda por base a agricultura familiar, de minifúndio, tendo sobretudo no vinho a sua maior fonte de receita. Todavia, a população activa mais nova tem demandado outros países da Europa em busca de melhores condições de vida e de salários que lhe garanta uma velhice com menos sobressaltos. Esse fenómeno está bem patente nas habitações (e suas tipologias), pois possuir uma casa condigna é um dos maiores sonhos dos que se despedem da terra temporariamente, regressando no Verão para descansar e visitar os familiares, e também pelo Natal em que se juntam ao calor da família e da lareira da consoada.
As artes tradicionais (como em toda a parte) desapareceram, restando a tanoaria que constitui uma referência ao trabalho manual que outrora deu emprego a chefes de família com talento para bem trabalhar a madeira (de castanho) para os mais diversos fins.
A arte do barro, outra indústria com velhas tradições na localidade, constituiu, no século dezanove, um dos maiores expoentes da actividade artesanal de Queimadela. Terra de forneiros, de barristas e de fornos, a freguesia produzia ou "fabricava" os célebres e graciosos bonecos desta matéria-prima abundante nas redondezas, e recolhida das entranhas do vizinho Monte Raso. Os bonequeiros de Queimadela, ao que se infere, eram hábeis imaginários na arte da bonecaria, muito apreciada pela criançada, e vendida nas feiras e romarias do concelho e da região (Senhora dos Remédios, Lamego). Não temos informação segura, mas é bem provável que os artistas de Queimadela também produzissem vasilhas de barro para líquidos.
O que se sabe, isso sim, é que no declínio da arte propriamente dita do barro, os barristas voltaram-se para a produção de telha de canudo, satisfazendo a procura num tempo em que as modestas coberturas de colmo das casas iam sendo substituídas pela telha. Os fornos de Queimadela forneciam telha para diversas localidades mais próximas, dentro e fora do concelho. Mais, os forneiros deslocavam-se temporariamente para fora de Queimadela, e aí construíam os fornos em que laboravam para diversos clientes de mais longe, uma vez que o transporte da telha, em carros de bois e por maus acessos, não garantia a integridade da mercadoria até o seu destino.
Nos inícios do século vinte ainda existiam em Queimadela meia dúzia de fornos a laborar, estruturas rudimentares e primitivas, que se abriam nos declives de terrenos para evitar estruturas em altura e desamparadas, melhores condições de armazenamento do calor e melhor facilidade de acesso à boca dos fornos. Os fornos eram aquecidos (esbraseados) a lenha, carqueja (que servia ao mesmo tempo de acendalha e de combustível) e tojo bravo.
Queimadela andaria bem se levantasse um monumento ao forneiro e restaurasse uma ruína de um desses fornos, em homenagem aos barristas bonequeiros, homens e mulheres de Queimadela que, durante várias gerações, se dedicaram, quase exclusivamente, à arte bíblica do barro, ainda recordada pelos mais velhos na localidade e fora dela.


LOCAIS A VISITAR

Na sede da freguesia, para além do aglomerado populacional de tipo concentrado, merece uma visita a sua igreja matriz, em cujo interior se pode admirar a sua magnífica obra de talha dourada do período barroco.
Depois, subir a suave encosta que conduz à capela de S. Lourenço, belo miradouro quase desconhecido, e dos mais interessantes (depois de S. Domingos de Fontelo e da Senhora da Graça de Cimbres), locais da mais eloquente espiritualidade onde ajoelhamos a nossa altiva pequenez perante o milagre excelso da Criação.
Dali desfrutamos aliciante trecho da cidade de Lamego e arredores, e ainda parte do grandioso Vale do Douro.
Deixamos uma sugestão: Que no estudo do meio físico pela população escolar do concelho se descubram (em passeio anual) as particularidades singulares e mais salientes das aldeias desconhecidas da área do município. E Queimadela, de que não se pode dissociar o miradouro de S. Lourenço, serão ,obrigatoriamente, sítios e locais a visitar, pelos naturais do concelho e por todos os amantes da beleza da nossa terra.
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Terra de Diversidades Culturais
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Casa Nobre
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Panorâmica da Freguesia
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Sede Freguesia
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Igreja Matriz (Imagem Noturna)
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Capela S. Lourenço
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Sede Clube Recreativo Pioneiro Queimadela
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Antiga Sede Junta Freguesia
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